Pandemia também aumenta procura por serviços para a despedida, como cremação e velório virtual de bichos
Os memoriais para animais de estimação têm ganhado destaque e clientes nos últimos anos, mas o que fazer se quem morrer for o tutor, não o bicho?
“O brasileiro não tem a cultura de ter seguro de vida, acha que é mau agouro. Mas a pandemia trouxe visibilidade para esse setor. Qualquer um pode morrer a qualquer momento”, diz Diana Bueno, 52, fundadora da Pet Assist.
Criada em 2014, a empresa se responsabiliza pelo cuidado de cães ou gatos em caso de morte do tutor, até o fim de suas vidas. A empresária, ex-executiva de uma grande seguradora, percebeu a brecha de mercado ao fazer trabalho voluntário em uma ONG de proteção animal.
“A morte do dono também é uma das causas de abandono. Às vezes, alguém do grupo familiar assume o pet por consideração, mas não quer e depois se desfaz”, diz.
“Recebemos muita cotação de jovens de até 35 anos, que moram sozinhos e têm o animal como membro da família.”
O plano custa cerca de R$ 50 por mês e tem carência de 30 dias a partir da contratação para alguns dos serviços. O tutor informa todos os cuidados que tem com o pet —qual ração come, onde dorme e se toma algum remédio. A ideia é que eles continuem por toda a vida do animal.
A hospedagem do beneficiado fica por conta do Clube de Cãompo —um hotel de animais em Itu (SP), parceiro da Pet Assist. Há também outros serviços oferecidos, como o caso de cirurgia de emergência e orientação veterinária por telefone.
A administradora aposentada Carolina Falcão, 57, contratou o produto para seus três cães: Preta Maria e Speed Racer, dachshunds de 11 e 12 anos, e Nina, 4, sem raça definida. “Há dois anos, meu marido faleceu. Descobriu um câncer no início de setembro e partiu no fim de outubro. Então, pensei: ‘Se eu morrer, quem vai cuidar dos três?’”.
À época, Carolina já era cliente do hotelzinho em Itu e ficou sabendo do novo serviço. “Tem gente que acha engraçado ou estranho. Mas a verdade é que meu marido era meu companheiro de vida, e meus animais são hoje a minha vida. Faço tudo por eles.”
Carolina faz parte da lista de cerca de 37 milhões de famílias brasileiras vivendo com animais de estimação, de acordo com dados do Radar Pet 2020 —e a aproximação dos tutores com os bichos ficou mais intensa na era pós-Covid.
Veja a matéria completa no site da Folha
https://www1.folha.uol.com.br/mpme/2021/03/seguro-vitalicio-para-pets-cuida-do-animal-se-os-donos-morrerem.shtml